domingo, 17 de janeiro de 2010

Insônia

1:42 AM

As luzes, as luzes, tão vivas, Vivas!
Meu corpo, meu corpo, tão morto, Morto!

Esta noite morri, vim a padecer. As luzes do quarto iluminam móveis, roupas, piso e eu. Eu? Eu. Um ser quase inanimado, como uma sapatilha jogada ali pelo canto, já gasta e desbotada. É nessa noite me sinto só, só. O vento frio da madrugada caminha entre as grades da janela e acaricia suavemente minhas pernas, lisas e pálidas. As luzes, alaranjadas aparentam aquecer, mas não me transmitem nenhum calor, elas me mostam caminhos, os quais a escuridão me privaria. Mas não sejamos tão malvados com a pobre escuridão! Pobre! Ela pode sim,por sua vez, abrir caminhos, estradas para os sonhos e pesadelos, ao fechar os olhos o real desaparece e o imaginário toca sultimente sua valsa e te conduz na dança. Até mesmo a pequena formiga na parede parece mais viva que eu, ironia. Quantas palavras já usei para voltar as atenções para mim, são tantas, eu, me, minhas, me, minha, eu, sim! Eu! Hoje é minha noite egoísta! Não quero dormir! Quero! Quero! Na verdade, mas não consigo, um turbilhão de pensamentos me invadiu a mente. Sinto dores, dores mentais. Perdi os limites. Nenhuma regra ou lei me detém, pelo menos não em tese. Rá, em tese é ótima.

3:04 AM

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